Era domingo no inicio da tarde,
com o sol a pino, uma leve brisa entrava janela adentro e refrescava o quarto.
O que tornava ainda mais prazerosa a leitura de Lian. Viajando pela Oceania, do
drama político de George Orwell, ele foi bruscamente fisgado de volta a
realidade pelo soar da campainha.
Ele se encaminhou até a porta, a
passos lentos, e ao girar a maçaneta seus olhos se encontraram com os de Eva,
silenciosa e com um meio sorriso nos lábios. Por um segundo, enquanto seus
olhos se cruzavam, nada importava. Sua surpresa foi tanta, que segundos se
passaram sem nenhuma palavra ser dita, até que ela quebrou o silêncio:
- Oi.
- Olá! - Respondeu ele em um
misto de surpresa e incerteza.
- Não vai me deixar entrar? –
Perguntou ela em to brincalhão.
E deixou. E ela entrou com suas
curvas desenhadas dentro de um vestido branco e sobre a uma sandália rasteira.
A pergunta dela foi direta:
- Você esteve lá em casa ontem?
- Como assim? Não. – Lian negou,
sem compreender a pergunta.
- Era isso que precisava saber. –
ela falou conclusiva e arrematou - Sonhei com você ontem.
Ao ouvir isso ele sorriu. E
descrever o seu sorriso como enigmático seria injusto. Ele era indefinido, um misto
de cinismo e descrença, que só serviu para crescer novamente a dúvida nela.
- Você tem certeza que não esteve
lá?
- Foi tão real assim esse sonho?
– Ele falou ainda com o misterioso sorriso nos lábios.
- Ainda não. – respondeu ela,
estendendo para ele um pequeno embrulho que trazia cerrado nas mãos.
Não precisava muito para
entender, a renda que envolvia o objeto, deixava claro o conteúdo do sonho, as
intenções dela ao aparecer ali e que nada cobria a sua púbis além daquele
vestido.
Ele estendeu a mão para pegar a
calcinha e ao se tocarem, uma leva descarga elétrica percorreu o corpo de
ambos.
Foi o suficiente para os olhares
que já eram intensos, se entregarem em um beijo. Foi um beijo silencioso, no
qual só as respirações de ambos resoava.
E quando cessou o beijo, os
rostos que permaneciam próximos um ao outro, ainda de olhos fechados,
percorreram o infinito nos poucos segundos que permaneceram ali. Até que as
mãos de ambos se entrelaçavam e atravessavam o corpo do outro os libertando das
roupas. As mãos dele auxiliavam o vestido a chegar o chão enquanto as mãos dela
arrancavam a camisa azul do corpo de Lian e a atirava do outro lado do cômodo.
...